sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nem tudo é networking


No mundo do trabalho, tem que haver espaço para relações desinteressadas

Já faz muito tempo que, em palestras ou em sala de aula, digo que um dos atributos da elegância é a sensibilidade. E não sei se você, assim como eu, tem, vez ou outra, sua sensibilidade testada por aqueles que, subestimando-a, acham-se espertos e pensam em tirar proveito da convivência. Igualmente, assim como eu, você deve ter lido à exaustão sobre o assunto e se dado conta da importância dos relacionamentos em sua vida profissional e pessoal também. O velho Chacrinha tinha toda a razão quando afirmava que quem não se comunica, se trumbica!
E o que um assunto tem a ver com o outro? Vivemos um momento difícil, em que homens públicos tentam nos fazer crer que os princípios da ética podem ser elásticos e moldáveis a finalidades pessoais. Vivemos num mundo em que se fala tanto de networking que as pessoas acabaram por poluir seus relacionamentos com objetivos mercantilistas, de freguesia, com fins específicos de ganhos pessoais, que nem sempre têm a ver apenas com o prazer de estar junto.

É tempo de parar e pensar. E deixar de subestimar a capacidade dos outros de perceber quem, efetivamente, lhes quer bem e quais são as pessoas que se aproximam exclusivamente por causa de interesses futuros. Um tempo atrás, fui agraciada por meu marido, na dedicatória de um de seus livros, como mestra no marketing pessoal. Fiquei envaidecida com a homenagem e me pus a pensar em por que ser merecedora de tal elogio. Acabei concluindo que, por causa de meu genuíno interesse pelas pessoas, pelo real prazer do convívio, acabei construindo ao meu redor uma rede de relações que faz com que minha vida seja prazerosa e que meu trabalho seja um sinônimo de crescimento para mim e para os outros. Além, é claro, de receber muito mais ajuda e solidariedade do que aqueles que não vivem desta forma.

Está mais que provado que viver em sociedade significa receber e também doar. Comece a fazer sua parte do jeito certo, preste mais atenção aos outros, seja sensível ao estilo e ao jeito de ser de quem te rodeia. Faça-se presente em datas importantes de seus amigos e parceiros de trabalho. Aprenda a receber com humildade toda a ajuda e toda a sugestão oferecidas. E saiba também retribuir tudo o que recebeu dos outros no momento certo. Quando precisar de ajuda ou da indicação de quem quer que seja, mostre-se disposto à arregaçar suas manguinhas e fazer a sua parte!

Vivendo assim, você vai conseguir tornar sua vida pessoal e profissional mais rica e, certamente, sem perceber e de forma legítima você vai construir ao seu redor uma rede de pessoas que torcem por você e que poderão vir a ajudá-lo no futuro. Isto é construir uma rede de relações, é viver com os outros de forma elegante.

Célia Leão é autora de Boas Maneiras de A a Z (Editora STS) e consultora de etiqueta empresarial. E-mail: mailto:etiqueta@abril.com.br

fonte: voce s/a

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Veja exeplos do que não se deve fazer baseado na matéria citada acima:

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